domingo, 14 de janeiro de 2024

UM GUARDA-COSTAS EM MEU CAMINHO


 Li certa vez que fazemos nossas escolhas e que depois nossas escolhas nos fazem.

Eu não tinha muito poder para fazer as minhas próprias. Era filha do presidente dos Estados Unidos, por isso meus caminhos já estavam basicamente programados.
Em qual universidade eu estudaria.
Com quem namoraria.
Que carreira trilharia.
Nem mesmo pude escolher como seria a minha viagem perfeita, que ganhei de presente de aniversário ao completar vinte anos.
Milão, Itália, a semana da moda. Seria esplêndido, se meu pai não tivesse enviado um homem do serviço secreto para ser o meu guarda-costas.
Não qualquer homem.
Italiano de nascença, mas major do exército americano.
Apesar de parecer fino em um terno, era impiedoso e violento.
Altura gigantesca, na mesma proporção de sua rabugice.
Trinta e oito anos, veterano de guerra e mandão.
Ter um guarda-costas não foi a minha escolha. Mas ceder à atração por ele, sim. Um homem dezoito anos mais velho, um oficial a serviço do meu pai. E a partir daí, essa escolha construiu uma nova versão de mim.


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