quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

ÀS ESCURAS DO AMOR

 
Pedro Smith é culpado. Ele fez parte de um acidente e a respeito disso se sente julgado. Por todos, inclusive por ele mesmo e sua mente, que não o deixa descansar nem por um minuto.


Aquela noite, em que tudo ocorreu de forma tão depressa e repentina, o levou para longe. Longe de sua casa, de sua namorada, de sua família e de si mesmo.

Ele quer sumir e o seu destino é a Itália. Esse lugar que não é só responsável por possuir a loja de vinhos da família, mas também a dona do seu coração.

O peso da culpa não pode ser apagado. Ele não merece qualquer perdão e não merece a leveza de se sentir amado.

Não depois do que fez.

Pedro vai duelar entre mente, corpo e coração.

Até entender que não importa o quanto se esconda, o seu destino já está traçado.


“— Eu não sei o que você de repente quer de mim, Pedro. Me arrisco a dizer que nem você sabe o que quer, abrindo tantas vinícolas e querendo tantos vinhedos.
Baixo o olhar para sua mão, onde vou segurar. Sinto uma paz repentina me invadir ao toque da mão quente, que me transmite um calor sossegado, então entrelaço nossos dedos antes de mirar seus olhos outra vez.
— Eu quero ser sincero com você — confesso. — E vou ser. Eu prometo, passione. Mas me deixa tentar ser menos apressado com isso, por favor. Não é fácil para mim, nem um pouco. Prometo que vai chegar a hora, eu apenas preciso me... — fecho os olhos um momento, então os abro de novo porque recordar me faz mal. — Preciso assimilar e então estarei pronto pra te dizer.
— O que de tão grave você esconde? — ela sussurra, desentendida. — Pedro — sua voz fica mais baixa e então Crystal engole em seco antes de completar: — Você matou alguém e está se escondendo?”


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