quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

INTREPID

 
Na casa de esquina de uma rua deserta, mora um menino dentro de uma caixa. Naquele menino mora um segredo tão obscuro que está lacrado com cadeados.


Quase dez anos se passaram desde a noite em que fui capturado. Enganado e traído, sofri horas de tormento brutal com o sussurro frio da morte em minha pele. E quando os rostos sem nome que assombravam meus pesadelos levaram tudo e todos que eu amava, temi que nunca estaria livre da escuridão.

Mas essa é a coisa sobre o medo. Com o tempo, gera raiva e, quando a raiva enche a caixa, a vingança sangra.

Faz quase uma década desde que escapei do inferno deles, permanecendo nas sombras, escondendo meus demônios, e que Deus os ajude agora que experimentei a retribuição e desejo mais dela.

Sangue é o preço da dor, e juro levar tudo e todos que eles amam. Não sou mais um menino assustado, mas o vigilante intrépido, um carrasco implacável, que não vai parar por nada para punir os poucos depravados que roubaram minha vida e saíram livres.

O plano é perfeito, exceto por ela. A única mulher que estou proibido de ter, cujo toque reconfortante acalma minha mente fragmentada. Meu anjo de misericórdia enviado para silenciar as vozes. No entanto, nem mesmo ela pode me salvar do vazio negro onde meus esqueletos jazem enterrados sob a verdade.

Porque para alimentar minha sede de vingança, tenho que destruir exatamente aquilo que me dá propósito.

Dente por dente, coração por coração.


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